2.5.12

Dos meus desejos de ser diferente

Acometida por uma insatisfação repentina com a minha vida e com quem eu sou, surge o seguinte diálogo entre eu e o namorido:


– Queria ser diferente.
– Por quê?
– Porque eu queria.

Não há motivos. Eu simplesmente queria ser diferente. Mais magra. Mais alta. Com certeza mais decidida. Não queria ser tão inconstante, nem tão paranoica, nem tão neurótica. Queria ser diferente física, intelectual e emocionalmente. Mas eu nasci assim, e confesso, eu gosto. Esse é um dos pontos da minha inconstância: eu gosto, mas não gosto, eu quero, mas não quero. Eu sou, mas não sou.
Embora eu tente me convencer que não tenho personalidade, já me disseram uma vez que esse é um charme, uma coisa que só eu tenho, uma coisa minha. Giro novamente em torno do meu próprio umbigo e percebo que eu não mudaria nem um único ponto da minha personalidade estranha – porque é assim que eu sou. Sábias palavras de Lispector, “é assim porque é assim”. E, pode parecer complicado de entender, mas eu estou feliz com quem eu sou.
Me sinto satisfeita, mesmo incompleta. Me sinto completa, mesmo insatisfeita.

PS: Talvez eu adicionasse só um pouquinho mais de extroversão e impulsividade a minha personalidade. Só um pouquinho.
PS²: Graças a uma profunda reflexão, não vou deletar o blog. Só vou acrescentar aos pouquinhos um foco para ele, já que ele não tem nenhum :}



Um comentário:

  1. Assim como você, já me peguei com esse questionamento na cabeça várias e várias vezes. E sinceramente acho que isso é uma das coisas que faz a nossa vida andar, as dúvidas, as certezas, as inconstâncias, essa vontade de mudar, de ser diferente. Afinal que graça teria se nos estivéssemos 100% satisfeitos com o nosso eu?

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